Na ilustração, um quadro da fase figurativa de Nicholson (que me lembra Edward Hopper)

Caro Luciano,
Estou lendo seu blog e a acho refrescante.
Aprecio a sequência de Klein - artist's ranking - conceitualismo dos anos 60. Na segunda parte da década de 70, quando cheguei no Brasil, essa versão de conceitualismo e variações prevalecia aquí no Rio. Já estava fora de moda nos EUA e na Europa, pois uma iniciativa de ênfase na pintura estava andando e acelerando. Fora do Brasil, havia um movimento de cíclo revertendo, com certeza, mas aquí era tudo preso em censuras governamentaís e hieraquias artísticas institucionaís.
Pessoalmente, me formei na era de Minimalismo e Foto-Realismo, e essa formação me acompanha até o presente momento. O conceitualismo, para mim, sempre era algo isolado em demaisia e sem a circulação necessária e suficiente para se constuir uma forma (ou melhor, uma obra), e não queria ser uma forma mesmo obviamente (ao contrário de Duchamp, com os seus ready mades e até a sua valise com o ar de Paris). Podiam argumentar e argumentavam que um projeto conceitualista era um especi de Blueprint (possível de incluir no Minimalismo?).
Uma obra de arte precisa ser incluida no mundo e participar da realidade para poder ser concluida. Uma obra precisa afetar efetivamente e ser efetivamente afetada e mudada pelo mundo ao longo do tempo. Conversando com um crítico carioca sobre tudo isso duas décadas depoís, concluí que ele faça uma leitura errônea sobre o "mental" de Leonardo, e que estava confundindo Platão com Aristóteles.
Para seu leitor que acusa você de ser um modernista, tenho pena dele. O mundo pós-moderno e pós-industrial que ele tanto preza está em colapso nas míltiplas frentes: econômicas, financeiras, climáticas, technológicas, militares, energéticas, políticas, filosóficas e institucionaís.
Grande abraço,
John Nicholson
1 comment:
Me identifiquei com o pedaço "Uma obra de arte precisa ser incluida no mundo e participar da realidade para poder ser concluida." - porque nunca acho que concluí direito uma obra até que a deixo ali, respirando e, quando ela começa a fazer parte da minha vida e do mundo, e se encaixa nele de alguma forma, percebo que ela está concluída.
Post a Comment