Sunday, November 25, 2007

A serviço da espionagem americana?




A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) criticou Hugo Chávez esta semana, por considerar sua política restritiva às liberdades. A RSF é uma organização não-governamental internacional que defende a liberdade de imprensa no mundo. Integra o Intercâmbio Internacional pela Liberdade de Expressão (IFEX), uma rede mundial de mais de 70 organizações não-governamentais de defesa da liberdade de expressão, que monitora violações à liberdade de imprensa e de expressão, movendo campanhas de defesa de jornalistas, escritores, usuários de Internet e outras vítimas de perseguição pelo exercício do direito à expressão.

A RSF é uma organização insuspeita, que denuncia violações à liberdade de imprensa independente da ideologia dos que a praticam. Se é respeitada quando denuncia abusos de ditaduras de direita, também deve ser respeitada ao denunciar abusos de ditaduras de esquerda.

O secretário-geral da RSF, Robert Ménard, denuncia: Chávez "fez calar toda voz crítica ou dissidente, para eliminar progressivamente toda forma de contra-poder" e cita como exemplos o fechamento da rede RCTV e o controle de "sete redes de televisão, 20 de rádio, uma operadora de telefonia e cerca de 60 jornais". Ao buscar um diálogo com o governo venezuelano, foi repelido com o argumento "grotesco e infundado de que a organização trabalha para a espionagem americana e busca organizar um golpe de Estado" no país.

Chávez também foi criticado esta semana num artigo do jornal francês Libération, igualmente insuspeito. O texto é assinado por vários intelectuais, como os escritores Mario Vargas Llosa e Carlos Alberto Montaner e os filósofos Bernard-Henri Lévy e André Glucksmann, entre outros, e ataca o plebiscito para a reforma constitucional, feita "sem respeitar os procedimentos legais" e que favorece "a reeleição do presidente" e "suprime o controle dos poderes do Estado". E ainda: acusa o "desvio antidemocrático de um regime que está a caminho do totalitarismo" e afirma que os venezuelanos enfrentam hoje "o desaparecimento do Estado de Direito e do respeito às liberdades".

Será que a RSF e o Libération aderiram à CIA?

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