Conheço e admiro o trabalho do jornalista Guilherme Fiúza, autor do livro que deu origem ao filme Meu nome não é Johnny, mas achei um equívoco completo o artigo que ele publicou na página de Opinião de O Globo, sábado passado (clica na imagem para ficar legível). Mandei o texto abaixo para a seção de cartas do jornal, mas não foi publicado.
Inocente o artigo "O fuzil e o baseado", de Guilherme Fiúza. Já está na hora de entender que usar drogas hoje não representa qualquer forma de contestação, como em 1968, mas adesão pura e simples a um comércio que gera violência e dor em escala industrial. Johnny pode se ter tornado um barão do pó sem pegar em armas, mas quantos tiros não foram dados para que o pó chegasse na sua mão? E basta visitar um centro de recuperação de dependentes para constatar que os problemas da droga não decorrem apenas de sua ilegalidade. Por fim, jogar a culpa no "sistema perverso", como se não existisse responsabilidade individual, é a melhor maneira de deixar tudo como está, deixando o consumidor à vontade para continuar dando dinheiro para o crime - como o próprio autor do artigo reconhece. Parabéns aos cineastas Fernando Meirelles e José Padilha (a gente boa e culta a que o artigo se refere) por desafiarem a patrulha ideológica que desqualifica como moralista e reacionária qualquer manifestação anti-drogas.
Thursday, January 17, 2008
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