Monday, July 14, 2008

Notas breves

Coisas que anotei para mais um post sobre arte:

. Anos atrás, os separatistas bascos planejaram explodir uma bomba numa escultura de Jeff Koons exposta no Guggenheim de Bilbao. Falharam - infelizmente.

. Hilton Kramer e Jed perl são dois críticos ditos conservadores preocupados com o futuro da arte: eles acham que a platéia dos museus está evaporando (ao menos a platéia que interessa)

. Já Tom McEvilley, outro crítico americano, acha que um novo cânone se estabeleceu na arte quando o MoMA pagou1 milhão de dólares pela série de fotografias Untitled Film Stills, de Cindy Sherman. Aquele foi o ponto de mutação para a pós-modernidade. Pessoalmente, gosto desse trabalho. Mas tenho o livro que reproduz todas as fotos (cerca de 70), em excelente impressão, e isso me basta perfeitamente para apreciar o trabalho. Há algo de forçação de barra em querer transferir à fotografia a aura da escultura ou da pintura, mesmo que sejam fotografias em tiragem limitada etc. Fotografia não tem original, tem negativo e cópias. Reconheço que fotografias podem ser obras de arte, é claro, mas há muito de manipulação por trás das cotações dos artistas-fotógrafos.

. O Turner Prize merece um post à parte: já há mais de dez anos ele vem pautando o mercado de arte contemporânea, de uma forma altamente manipulada. O prêmio transforma imbecis em gênios da arte contemporânea, cujas cotações sobrem meteoricamente, enriquecendo os organizadores do prêmio.

. Sobre a obra de Beatriz Milhazes, cito a artista americana Jacqueline Humphreys: "When abstraction tries to become merely likeable it becomes decorative".

2 comments:

Unknown said...

Luciano, recomendo a você que venha a SP ver o Duchamp no MAM. É imperdível. Acredito que a fama que lhe é atribuída quase exclusivamente pelos ready mades não faz juz ao Duchamp. Ele estava longe de ser um artista sem talento escondido atrás de uma idéia original como tantos que vieram depois dele. Será muito interessante ouvir a sua opinião sobre esta exposição.
Abraço,
Argênide

I said...

Beatriz Milhazes se utiliza do ornamental, mas seu trabalho não é meramente decorativo.

Segundo sua galerista americana, atingiu altos valores no mercado por ter se arriscado, assumindo o signo ornamental, através do qual chegou até a sua arte, de enorme qualidade como pintura.