Saturday, March 15, 2008
Mensagem de um artista
Recebi por e-mail duas mensagens do artista plástico e fotógrafo Angelo Palumbo (www.art-bonobo.com/artes/angelopalumbo/) e tomo a liberdade de reproduzir alguns trechos. Ilustrando o post, uma obra sua, bastante elogiada pela Folha de S.Paulo em 1992.
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1. de onde voce vem e para onde voce vai?
estou adorando suas análises bem pontuadas. cada vírgula, cada ponto correspondem aos
meus sentimentos e respondem ao enigma de minha desilusao e abandono desse universo assaz em desencanto...
era um artista em ascensao, tinha tudo para o sucesso, circulava nos corredores da arte-jet-set com pompa e orgulho... sabia que o jogo era pra ser jogado,
todavia reparei que esse sucesso nao nos torna grande homens, o importante é navegar,
viver não é preciso... saí e fui viver o mundo... aprendi a ser um cidadao do mundo e, quando retornei à casa, as portas estavam devidamente fechadas para mim que nao havia mantido o lobby
(...) pertenço à 'geraçao 80'(aquela que ficou emarginada) mas que iniciou o processo de popularizaçao da arte invadindo espaços publicos em viadutos e túneis da cidade de sao paulo. em minha geração estão nomes como alex vallauri, tupinaodas, ciro cozzolino, matuck etc.
continue em seu alerta, que com certeza terá muitos ouvidos.
2. (...) ninguém busca mais descobrir ninguém: é mais fácil fabricar...
e os nossos galeristas e curadores estao acomodados em suas cadeiras de molas, bebendo pro seccos, seguindo o manual da ARTFORUM americana... copiando, copiando, ficando somente com o pior que eles oferecem... a fama e o poder, sem perceberem que por trás disso há muito trabalho e pesquisa. Os americanos pesquisam muito, demostram infinito interesse em seus artistas antes de tudo... e nao fecham as portas pra ninguém ao passarem.
aqui, eles, posudos e ostentadores, nem saem de suas geladeiras... nenhum demostra niteresse em visitar o artista em seu atelier, e decretam a morte de um artista antes
mesmo de o conhecerem.
PS O Palumbo mandou outra mensagem explicando a obra das formigas:
"Esse trabalho foi exposto em Genebra-Suiça... em baixo da pintura da formiga mor
estava escrito em branco sobre branco (por isso nao saiu na foto) : "Ordre et
Progress"... por incrivel que pareça na nota de MIL francos suiços tem no verso uma
ilustraçao de uma formiga... bem sugestivo nao eh? a exposiçao na epoca levantou uma
grande polemica sobre o porque da formiga estar na nota de mil... os suiços ficaram
revoltosos de serem comparados as formigas... insignificantes no seu individual e presos a um sistema cruel que quem lucra eh o formigueiro (estado)...
por incrivel que pareça essa eh a primeira exposiçao feita por um artista com
plotters!! essa maquina inovadora so existia 1 em toda europa... em Londres... e o
custo era uma fortuna... foi ultra complicado porque o pessoal se recusavam em copiar
uma cedula de dinheiro.... nao so isso, tambem imagine o custo para se comprar uma nota tao alta...(MIL francos suiços = 2 MIL dolares)... tive de aplicar todo meu dinheiro no banco para comprar uma simples cédula de mil... dai ficava sem um puto, por semanas... com essa cedula na mao tinha de enviar para Londres.. e esperar que fizessem o trabalho e enviassem de volta a cedula intacta... para depois dai correr de volta pro banco pra redepositar na minha conta... e poder viver...foi uma dureza!! foi assim ate sair a exposiçao...
hoje o plotter eh carne de vaca, qualquer bureauzinho grafico de esquina faz...
mas essa tecnica me rendeu muitos louros e muitas tristezas... desapontamentos...
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2 comments:
Ilmo.sr.
Luciano Trigo
Prezado Senhor:
Como tem passado V.Sa.?
Prazer imenso estar em contato com V.Sa.
Li o texto em seu blog e gostaria, se me permitir veiculá-lo na www.artponto.com em nosso departamento A REVISTA.
Comentário sobre seu texto:
No ano passado, no final 2007, preparei uma palestra para os meus alunos onde eu demonstrava a evolução natural dos conceitos, valores, estilos, linguagens artísticas e principalmente sobre estética a partir do Impressionismo até o pós-modernismo.
Mostrei a eles, no mesmo tempo em que falava, peças originais que mantenho em meu acervo. Procuro sempre que possível levar boas peças para que consigam realmente distinguir o falso do verdadeiro. Objetivo com esse meu sistema também ensina-los a salvar muitas obras de real valor da destruição dos incautos organizadores de residências, esses que põem tudo no lixo para não ter trabalho de limpar ou preservar.
A estratégia era prepará-los para uma produção coletiva, dentro do PROJETO CHALEIRA.
Eles, meus alunos já haviam estudado toda a evolução da arte desde o Classicismo Grego. Bati bem a matéria sobre o Modernismo, com bastante insistência, por ser um movimento conhecido deles todos.
Eu acredito que ao conhecermos toda a história da arte conseguiremos raciocinar para termos a base que nos permite uma visão clara do que está no porvir. Elementar.
Para concluir o procedimento entreguei a eles, meus alunos, material para que pudessem atuar livremente executando as suas obras em grupo, Para você entender melhor a proposta peço a gentileza de abrir o departamento CONSULTORIA ARTISTICA EMPRESARIAL, dentro da ARTPONTO e ler o PROJETO CHALEIRA.
Enfim esta suíte de trabalhos intitulada “CRUCIAL”, hoje guardados em minha coleção, apresenta uma mesma estética caótica e documentam a realidade igualmente caótica, em que estamos todos inseridos. Os trabalhos foram executados em grupos.
Para finalizar o procedimento em palestra conclusiva eu, documentado com os trabalhos em mãos lhes afirmei que realmente o MOMENTO É CRUCIAL. Baseado na estética das obras e folheando-as, dava para provar o sentido da afirmação acima, todos estavam apreensivos com a questão do meio ambiente.
Tal qual afirmou Ban Ki Moon.
Brinquei com este fato e escrevi a matéria “PRIMEIRO EM ARUJÁ DEPOIS NA ONU” publicada em A REVISTA e em jornal local.
A partir de então, para mim que sou também artista, ficou claro o futuro da arte, daí conseqüentemente o futuro de um modo geral.
É minha convicção que a arte conduz a opinião publica ou parte dela formando movimento social, histórico, etc.
Se o momento é crucial então estamos vivendo uma completa degeneração em todos os sentidos inclusive os de costumes. Mas em contrapartida esse fundo do poço nos dá clara idéia de que o futuro nos é promissor, belo e que a humanidade não perecerá. Nem a arte.
Enfim o que nos é apresentado pelos artistas tem que ter belo, tem que ser produto de criação, independentemente de técnica ou estética.
Se o artista é experiente profissional, vai saber traduzir seus pensamentos em seus trabalhos.
Eu atuo no mercado de artes e antiguidades e não posso perder oportunidades é minha profissão, comprar vender e colecionar arte.
Sobre um bom trabalho, em linguagem acadêmica, procuro examinar o tema, técnica e o material usado em sua confecção, daí então atribuír-lhe algum interesse. Mas se a obra é, por exemplo, abstrata examino também a composição, evidentemente.
Grato pela atenção, passo aguardar de instruções suas e a disposição para qualquer esclarecimento.
Aproveito para desejar-lhe felicidades e manifestar meus protetos de elevada consideração e estima, atenciosamente,
Líbano Montesanti Calil Atallah
profesor
MANDRUCUM NA ESCOLA
Do estrondoso chamado no corredor, já sabia que a piaba ia queimar, mas as mulheres que se acham nunca imaginariam que os homens não tremem, ainda mais sendo honestos.
Assim que a tal dona Lídia me parou no corredor suspendendo arbitrariamente minha aula, percebi que o caso Vanessa viria à tona.
Passa mal quem não se cuida, enquanto o amado mestre puxa aula o carrasco deve se manter escondido. Mas a coordenadora não resistiu aos ditames de sua chefa e deu a cara à tapa, meteu-se numa gelada.
Minhas oitavas são extremamente quentes, do jeitinho que eu gosto, elas põem a prova à capacidade de ensinar de qualquer professor, ainda quando o professor meio louco está junto, fica tudo da hora, na linguagem característica, muito melhor se ensina.
A coordenadora, professora falida da paciência, que se cansou, também, de mutretar contra os alunos achou de me boicotar impedindo meu trabalho, aliás, isto já virou rotina na escola, ficou com a cara no chão quando os alunos a vaiaram, inerentemente a minha vontade, esta certo, que não me agüentei também, mas quem manda achatar.
A turma garânhuda, das mulheres poderosas da escola, me quer para Cristo, estou achando até coerente, até milagres eu faço para ensinar, assim todos me amam.
As conspirações das chefonas pretensiosas acabam por colocá-las em antagonismo com aqueles que sustentam tudo, vindos da comunidade democrática, tem todo o poder para exigir.
Ao atendê-los, fico fora da panelinha ciumenta, e, muito próximo dos estudantes que me amam. Maravilha... Mano!
Mas as fundamentações dos B. Ó. S. não existem nem aqui nem na China.
Enquanto o pensamento democrático está no porvir quem chupa o caroço da manga com caco de vidro sou eu.
Só espero que ninguém enfarte até lá.
Líbano Montesanti Calil Atallah
Professor
www.artponto.com
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